Não há mal, que dure para sempre.
O bandido chamado Orelha, pois este era o apelido dele no meio da marginalidade, por ele possuir uma audição apurada. Era o bandido mais arisco, que a polícia já conheceu, pois usava a lei ao seu favor. Orelha ainda não tinha chegado a maioridade e isso lhe dava uma vantagem diante dos demais bandidos. A possibilidade de fazer qualquer tipo de crime, sem pegar uma pena enorme. Com um currículo criminoso de dar inveja a qualquer delinquente, Orelha já havia roubado vários carros pela cidade e despachado para o além alguns desafetos seus. Nas horas vagas ganhava uma boa grana dos traficantes transportando drogas para saciar o vício dos filhos dos ricos da zona sul da cidade. – Vocês se matam e eu encho a burra! – dizia ele, que nunca provou do veneno que vendia. – Estão tão drogados, que nem perceberam na fungada a diferença de pô de mármore com cal. A polícia estava literalmente cansada de deter o Orelha e no dia seguinte a justiça soltá-lo. Ele enchia a boca dizendo, que