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Mostrando postagens de 2014

Remake literário para comemorar os 15 anos

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Em 1999, eu lancei o meu primeiro livro solo, pois os anteriores eu tinha participado com contos e crônicas em antologias literárias, com outros autores desde 1996. De tanto ser aceito com frequência com os meus textos nesses concursos, eu acabei me arriscando na publicação de um romance. Depois de me trancafiar em casa e aproveitar os trinta dias de férias da empresa que eu trabalhava, não pensei duas vezes: precisava escrever a história que assolava a minha mente para “nascer”. – Mãe, só me chame, se o mundo estiver desabando sobre nossas cabeças. – foi o que eu disse a ela, antes de fechar a porta do quarto e começar a digitar como um louco. Ela só batina na porta, dizendo que a comida estava na mesa. Um anjo esta mulher! Eu tinha a história toda na cabeça: inicio, meio e fim, bem definidos. Eu parecia uma máquina pronta para estourar, se não colocasse todo aquele enredo para fora. O título era Yin e Yang – A Batalha dos Opostos e a história era a seguinte: Yin e Yang

Respeitando as leis da natureza

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O velho índio e o jovem índio entraram na mata, para caçar alguns animais para a refeição da tribo. Eles penetraram no pantanal de canoa e pararam em uma margem para descansar das longas remadas. -Pajé, por que precisamos vir tão longe para caçar? -Porque os animais que precisamos, para a nossa refeição, estão aqui nesta região... Ontem caçamos perto da aldeia, agora temos que mudar de lugar. -Para que mudar? Não seria mais fácil lá perto? -Não Curumim... Os animais já saíram de lá, achando que voltaremos para caçá-los novamente. Precisamos fazer o mesmo, para surpreendê-los... Vem, vamos indo. Os dois entraram na mata fechada e encontraram uma capivara e seus filhotes. O jovem índio preparou o arco, sacou uma flecha e mirou. O índio velho o impediu, com uma tapa nas mãos, fazendo-o errar. -Por que o senhor fez isso pajé? Ela estava na minha mira. -Fêmea com cria, não! -Por que não? -Você matando a fêmea, estará matando a cria. -Eu não ia acertar os filhotes

Não há mal, que dure para sempre.

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O bandido chamado Orelha, pois este era o apelido dele no meio da marginalidade, por ele possuir uma audição apurada. Era o bandido mais arisco, que a polícia já conheceu, pois usava a lei ao seu favor. Orelha ainda não tinha chegado a maioridade e isso lhe dava uma vantagem diante dos demais bandidos. A possibilidade de fazer qualquer tipo de crime, sem pegar uma pena enorme. Com um currículo criminoso de dar inveja a qualquer delinquente, Orelha já havia roubado vários carros pela cidade e despachado para o além alguns desafetos seus. Nas horas vagas ganhava uma boa grana dos traficantes transportando drogas para saciar o vício dos filhos dos ricos da zona sul da cidade. – Vocês se matam e eu encho a burra! – dizia ele, que nunca provou do veneno que vendia. – Estão tão drogados, que nem perceberam na fungada a diferença de pô de mármore com cal. A polícia estava literalmente cansada de deter o Orelha e no dia seguinte a justiça soltá-lo. Ele enchia a boca dizendo, que

Sonho + Empenho = Realização

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Marco Antônio era um homem ativo, mas não era muito feliz, por se achar um ser de pouquíssima sorte. Trabalhava em uma empresa de contabilidade há mais de doze anos e nada de promoção ou outra premiação qualquer. Ele era um empregado, que se podia dizer, exemplar. Ele não era de faltar ao serviço sem um motivo muito forte, como: doença ou falecimento de um ente querido da família. Não houve um só dia, em que ele chegasse atrasado ao trabalho, a não ser em épocas de greve dos meios de transportes. Mesmo assim ele ia trabalhar. A dedicação dele era total. Não era de reclamar, se saísse do trabalho meia-hora mais tarde. Porém, com o passar dos anos, aquilo estava se tornando um abuso, na concepção dele. O pai dele sempre dizia sobre as pessoas submissas em demasia: -Quem muito abaixa a cabeça, acaba mostrando os fundilhos! Marco não estava feliz. Ele percebeu isso, quando rezava para chegar um final de semana ou um feriado prolongado. Ele entrava no serviço, já pensando na ho

Alguém lá em cima está vendo

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Sílvia tinha um relacionamento, diferente de tudo que se tinha visto, com Ricardo. Apesar de ambos gostarem muito um do outro mutualmente, eles discutiam sobre coisas banais e sempre terminava em uma separação temporária. Ricardo tinha um sério problema, ele acreditava muito no que os outros falavam sobre sua companheira, inclusive as fofocas das irmãs dela. Ela não entendia, porque as suas irmãs não a queria vê-la feliz. Sílvia sempre quis o bem delas, mas mesmo assim não entendia o porquê desta guerra psicológica em seu relacionamento amoroso. Desde pequena, Sílvia era rejeitada por elas. Uma rejeição desfaçada de falta de atenção, mas uma rejeição. Esta atitude a deixava muito triste. As separações de Sílvia e Ricardo era longas. Algumas delas duravam de dois a três anos longe um do outro. Porém, o destino era implacável, eles sempre se reconciliavam e voltavam a morar juntos. Destas idas e vindas, que durou 9 anos ao todo, o sexo fazia parte deste relacionamento conturbado

Esperto demais se atrapalha

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Eu trabalhei no comércio durante 16 anos e metade deles passei em uma loja de autopeças no bairro da Gávea, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. O ponto era muito bom, a loja ficava na esquina das principais ruas do bairro e o movimento de carros era perfeito para vendas na porta. O produto principal da empresa era a venda de baterias de automóveis e caminhões. Fornecíamos também o produto no atacado, com pagamento faturado. Como todo produto que se vende, sempre há aqueles que não pagam de esperteza e não é porque estão em dificuldades financeiras. Quando você já tem muitos anos de firma, uma convocação para cobrir férias de outros funcionários é certa, pois desta vez foi o gerente que precisava voltar para terra natal, que ficava do outro lado do oceano: Portugal. Há muito tempo que o gerente não via os pais e irmãos, então resolveu nas férias matar a saudade. O dono da empresa me chamou na sala dele e disse sem rodeios: – Edson, você vai ficar no lugar do gerente e o Fábio

Apenas um momento de reflexão

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Ricardo passava pela praça perto de casa e viu o seu pai sentado olhando a paisagem, os transeuntes, os carros e as crianças brincando nos escorregas. Ele parecia estar esperando algo ou alguém. Curiosamente o filho foi ver o que estava acontecendo. – Pai? O que o senhor está fazendo aqui sozinho? – disse este, indo em direção ao ponto de ônibus para ir ao trabalho. – Oi, filho! Estou sentado um pouquinho aqui, para a sua mãe se acalmar. – Onde ela está? Você brigaram? – perguntou ele, olhando para os lados e não a vendo. – Ela está em casa! – O senhor brigou com ela? – Jamais brigaria, com sua mãe. – Então, por que o senhor está aqui? – Estou aqui para nos dar um momento de reflexão. – Não entendi. – Sabe, sua mãe está naqueles dias de pura tensão... Qualquer coisa a aborrece. – TPM? – Exatamente... Por causa disto resolvi dar uma volta. – Ela sabe, que o senhor está aqui? – Não! Saí silenciosamente, quando ela estava na cozinha reclamando de tudo e

Provação cruel versus sapiência

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Houve um dia na empresa, onde eu trabalhava, que o responsável da expedição de peças automotivas(local onde se despacha as entregas) não veio trabalhar e pelo jeito não viria tão cedo. Ele tinha pegado o dengue e estava estirado na cama com uma disposição de uma preguiça de setenta anos (nem sei se ela chega nesta idade). Tinha tanta gente experiente para assumir o trabalho. Mas sabe, quando alguém está de marcação contigo e arranja um motivo para te desmoralizar perante os outros? Foi o que aconteceu comigo. Alguns indivíduos do médio escalão da empresa resolveram me botar no posto que não entendia patavinas. Eu sabia que havia algo por debaixo dos panos para me por sem jeito. Eles sabiam também muito bem, que eu não conhecia os itinerários dos nossos clientes. O rapaz que ficou doente se submetia aos caprichos dos vendedores, que gostavam de atrasar o serviço dos outros. – Rocha, parece que o Peu Autopeças vai pedir mais alguma coisa, segura mais um pouco o motobói. – di

Aprendendo com a natureza

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Um jovem monge estava incomodado com suas obrigações e achava que não ia dar conta do recado. ele estava construindo um pequeno templo para a adoração a prosperidade no alto de uma montanha. Lá a ventania era muito forte e sempre chovia. Aquela chuva fina e fria, que doía os ossos do corpo todo. – Caramba! Assim não poderei terminar este templo. Tô quase desistindo de montá-lo. Não sei para que colocá-lo aqui... Se eu tivesse uma ajuda! O monge, não aguentando mais aquele clima doido, resolveu se encontrar com o mestre, que não estava muito longe dali meditando. Antes do jovem se aproximar, o velho mestre disse: – Algum problema, jovem monge? – Como o senhor sabia que eu viria? – Deduzi que viesse... O que te perturba? – Mestre, eu não estou conseguindo montar o templo da prosperidade. – Como não consegue? – Venta muito e a chuva não para! – E o que você quer que eu faça, jovem monge? – disse ele, olhando pela primeira vez o rapaz. – Não dá para eu fazer outr

Eu me chamo, Jesus!

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Numa cidadezinha no interior do estado de Minas, no sudeste do país, o delegado estava chegando na chefatura e o cabo de dia veio na direção dele, com um olho aberto e outro fechado. Ele passou a noite inteira vigiando um homem estranho, preso no dia anterior. – Que bom que o senhor chegou, delegado! – Onde está o meliante, cabo Lauro? – disse ele, bem vestido e de café tomado. A noite dele foi bem melhor do que a do subordinado a sua frente. – Lá na última cela, como o senhor mandou! – O deixou sozinho? – Sim, senhor! – Ele falou alguma coisa, desde que foi preso? – Não senhor! Permaneceu sentado calmamente na cama... Mas, uma coisa me deixou encafifado ! – O que foi cabo? – Todas as vezes que eu ia lá vê-lo... Ele sorria para mim! – Sorria? – Sim, senhor! Parecia, que ele não estava ligando muito para a prisão. – Vamos vê-lo! – disse o delegado decidido, entrando a passos firmes. Passando por outros cárceres, o delegado e o cabo, viam os presos fazendo

A inveja é inimiga da amizade

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Luciano chegou em casa e encontrou seu avô na sala assistindo o jornal da noite. Ele tinha chegado da faculdade, após alguns testes para trabalhar em um hospital. O velho Olavo o olhou e tornou a olhar para tevê. Sabia ele, que o neto estava com algum tipo de problema. Então, o senhor Olavo pegou o controle remoto e desligou a tevê. – O que foi vô? Desistiu de assistir a tevê, logo na hora do noticiário político? – Eu já sei o que eles irão dizer... Não tem importância. – Como sabe, se o senhor ainda não assistiu? – Com certeza é mais um escândalo envolvendo desvio de verbas públicas por políticos corruptos... Tudo acabará em “pizza” mesmo... Além do mais, eu tenho algo mais importante para ver agora. – O que é vô? – Você, Luciano! – Eu? – Sim, você! O que houve? – Nada, vô! – Você pode enganar a qualquer um, menos a mim... Vamos! Comece a falar. – Não dá para esconder nada do senhor, não é mesmo? – Ainda bem, que sabes disso! Estou esperando! Luciano