Aprendendo com a natureza



Um jovem monge estava incomodado com suas obrigações e achava que não ia dar conta do recado. ele estava construindo um pequeno templo para a adoração a prosperidade no alto de uma montanha. Lá a ventania era muito forte e sempre chovia. Aquela chuva fina e fria, que doía os ossos do corpo todo.
Caramba! Assim não poderei terminar este templo. Tô quase desistindo de montá-lo. Não sei para que colocá-lo aqui... Se eu tivesse uma ajuda!
O monge, não aguentando mais aquele clima doido, resolveu se encontrar com o mestre, que não estava muito longe dali meditando. Antes do jovem se aproximar, o velho mestre disse:
Algum problema, jovem monge?
Como o senhor sabia que eu viria?
Deduzi que viesse... O que te perturba?
Mestre, eu não estou conseguindo montar o templo da prosperidade.
Como não consegue?
Venta muito e a chuva não para!
E o que você quer que eu faça, jovem monge? – disse ele, olhando pela primeira vez o rapaz.
Não dá para eu fazer outra coisa, que não tenha tanta dificuldade. Ali, naquele local, será impossível construí-lo.
Venha! Me acompanhe! - disse o velho mestre levantando-se apoiando-se em um cetro de madeira de lei.
Onde nós iremos, mestre?
Apenas me acompanhe e terás as tuas respostas! - respondeu ele, caminhando na frente, sem olhar para trás.
Eles passaram pelo templo do jovem monge e o mestre parou para olhá-lo.
É este o seu templo?
Sim senhor! Veja o senhor mesmo... O vento aqui é muito forte e esta chuva atrapalha muito o trabalho.
Certo! Continue me acompanhando! - disse o velho, começando uma jornada em direção a parte mais alta da montanha.
Eles caminharam, caminharam e caminharam por três horas. A ventania estava tão forte, que ficava difícil ficar de pé. A chuva já tinha se transformado em flocos de neve, que caiam incessantemente. A caminhada persistiu por mais uma hora e o mestre parou diante de um um monte de neve.
Pronto! Chegamos!
Puxa mestre! Que bom que parou! Minhas pernas estão dormentes de tanto andar na neve. Que lugar é este? Por que paramos aqui, depois de tanto andar?
Vou lhe mostrar algo.
O mestre bateu com o cetro num monte de neve próximo a ele. Uma pequena avalanche surgiu e lá debaixo daquela neve toda estava um templo.
Quero te apresentar o templo que construí, quando era um monge como você.
O jovem ficou, um longo tempo fascinado, olhando o templo construído pelo mestre. Neste meio tempo a pergunta inevitável veio.
Como o senhor conseguiu?
Aprendi com a natureza!
Não entendi!
A nascente de um rio surge como um filete d'água que sai das rochas. Ela vai seguindo o seu caminho passando por galhos e pedras de vários tamanhos. Se a água não consegue passar por cima, ela os contorna até seu destino final.
O mar!
Isso mesmo, jovem monge! Quando você diz para si mesmo que pode, é porque você pode. De um jeito ou de outro. Com paciência, você encontrará o caminho a qual seguir.

Depois daquela lição, o jovem monge voltou para a sua construção e a terminou no mês seguinte. Com a mesma chuva e o mesmo vento de antes.

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